Mais uma farça, ideia falsa
No jornal a preencher a página
O cota diz “quando acabares de ler, rasga
Eu já nem quero ver mais dessa merda, basta
Eles querem ver se a minha faca ainda descasca?
A eles eu faço-lhes a barba!”

O cota diz que um dia destes mata
tudo conquistou a ele a vida não deu nada
“Há a quem não falte colchões nem almofadas
Nem mesmo fadas e contos, tudo de graça
Tem graça, onde é que tu te escondes ministro?
Eu é que construí este país ouviste?
Descontei para fazer e fui eu quem fez as estradas
Agora ando a penar agarrado a garrafas
Já pegava em enxadas tu nem cá andavas
Tu, a quem a vida deu refeições fartas”

Tu para quem a crise não é novidade
Tu que já sentiste a causalidade
Tu para quem o dedo aponta sempre
Tu que és o bode expiatório

Tu para quem a crise não é novidade
Tu que já sentiste a causalidade
Tu para quem o dedo aponta sempre
Tu que és o bode expiatório

O cota sai da tasca c´a narsa
A esta altura a decisão tá condicionada, facilitada
Pelas ruas de Almada a raiva, segue a cambalear
A dançar a valsa
Já só o narrador fala, narra a fúria da mente pouco lúcida
Ao som da música
Em marcha lenta o ritual funebre
Que cadáver caminha para o seu túmulo?
Ele pensa em imolação em frente a assembleia
Pensa matar alguns deles antes, boa ideia
O lobo mestre protege o resto da alcateia
Tragédia não escolhe dias hoje é primeira feira
Hoje sai nova lei, ele vai interromper
E não fará reféns, já nem os pode ver
A morte saiu à rua para o lado deles, data vez
Teremos a mesma pena que ele tiveram, zero

Refrão